terça-feira, julho 03, 2007

O tempo

Como a vida é? Palavras há muitas para explicá-la. E poucas para entendê-la. No incerto e duvidoso só se pode afirmar que ela prega peças, que o mundo dá voltas, que o que vai, volta, que colhe o que se planta, e, tantos outros ditados, por aí jogados.

Os sujeitos desse curto espaço de tempo, chamado vida, estão aí, simplesmente, para expor seu tórax diante de violentos impactos que atingem o mais profundo e intocável pedaço do espírito. Da mesma forma, tais protagonistas experimentam as melhores emoções, sem que nada tenham feito para alcançá-las, como na graça de um riso envergonhado em meio a uma explosão amorosa solitária e interna.

Nessa grande aventura, ele viveu “a mais estranha história que alguém já escreveu”. Repleta de intensas gargalhadas e de tristes lágrimas. História sem pé, nem cabeça, eira, nem beira, e queira ou não queira, uma história que cicatrizou no íntimo de sua alma. Fundada na indireta e implícita pergunta: “posso te conhecer, estranho ser?”, ao pedir o caderno para escrever discretas expressões. E gravada, enfim, na eternidade de uma amizade insolúvel.

A amizade supõe o amor – o mais requisitado da classe dos sentimentos. E como em uma afirmação do destino, aquele “te amo pra sempre, meu melhor amigo” se transforma em “eu te amo e isso basta, amor da minha vida”. Com o passar dos anos, a vida cansou de ser ingrata e resolveu mostrar as caras. Apresentar para os amigos-amantes, que o amor da vida deles, sempre foram eles mesmos. E que não havia saída para ambos, pois tudo era só uma questão de tempo.

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